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A Escatologia Bíblica

O futuro se tem feito fator de preocupação e averiguação do homem em todos os tempos: em todos os lugares. Seja um cristão, um ateu ou um pagão, o homem vive permanentemente à procura da verdade concernente ao seu futuro e ao destino final do Universo no qual habita. Enquanto o homem racional indaga: “Morrendo o homem, porventura tornará a viver?” (Jó 14.14) Indagam tantos outros: Como podemos estar certos acerca da vida futura, relacionada com a existência presente? Para dar respostas a estas insistentes indagações do homem a Escatologia Bíblica abre a cortina do porvir, para revelar o Deus da História armando o palco onde se desenrolarão os grandes eventos preditos pelos profetas, pelo Senhor Jesus Cristo, e mostrados a João na sua visão em Patmos.Há, pois, grande conforto no estudo da doutrina das últimas coisas.

O Estado Intermediário dos Mortos – I

A morte se tem feito tema de discussão e preocupação de todos os povos, independentemente da cultura e da religião que tenham. A partida de um ente querido para o Além, não apenas fere corações queridos, também levanta indagações dos que aqui ficam quanto ao futuro eterno do ente querido que partiu. Neste caso, a Bíblia é de inestimável valor, uma vez que ela fala, não apenas da vida presente, mas também fala da morte, do estado intermediário dos mortos e do que lhes aguarda no porvir.

1. Onde Estão os Mortos

Onde estão os mortos tem preocupado e se feito objeto de indagação de praticamente todas as religiões do mundo. Por exemplo, os antigos gregos acreditavam que os mortos eram introduzidos nas “Ilhas dos Bem-Aventurados”, onde permaneciam aguardando o julgamento por três representantes do Mundo Subterrâneo. Se o morto tivesse sido bom durante a vida, e os juízes estabelecessem a sua retidão, ele podia entrar nos Campos Elísios, um tipo de paraíso. Ali, de acordo com a mitologia grega, os mortos estariam em uma terra de música, de ar doce e agradável. As almas boas viveriam ali para sempre, entre as alegrias simples de flores e campinas verdejante (Onde estão os Mortos? – Pág. 31) Outras religiões do mundo viam a morada dos mortos de maneira diferente, dentre as quais se destacam o Islamismo, o Budismo, o Hinduísmo, e o Espiritismo. Neste mundo de tantas religiões e de tanta confusão em matéria de fé, pergunta-se: “Com quem está a verdade, finalmente?” A resposta é simples: A verdade está revelada na Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus, e isso não deixa lugar para especulações, seja para quem for. A Palavra de Deus afirma enfaticamente que uma das razões porque Jesus veio a este mundo, foi para nos mostrar não apenas como termos vida abundante aqui, mas também vida eterna no Além. A Bíblia diz: “Segundo o poder de Deus, que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos” (2 Tm 1.9,10). Ai mortalidade sempre foi um fato inconteste nas Escrituras, mas foi necessário que Cristo a trouxesse à luz para que soubéssemos o que ela é e como podemos obtê-la.

2. Onde os Mortos Estão

As bênçãos resultantes da vinda do Senhor Jesus a este mundo são incontáveis. Elas se relacionam com tudo que concerne ao crente. Uma dessas bênçãos diz respeito aos filhos de Deus que já dormem ou vierem a dormir no Senhor. Na Glória celestial ser-nos-ão reveladas e usufruídas inumeráveis outras bênçãos derivadas da vinda de Jesus Cristo aqui. Elas têm alcance ilimitado, aqui e na eternidade.

a) Antes da Ressurreição de Cristo

Para compreender o ensino bíblico sobre o lugar para onde vão os mortos, é necessário observar o texto original tanto do Antigo quanto do Novo Testamento. A palavra sheol, no Antigo Testamento, equivale em sentido a Hades, no Novo. Ambos os termos designam o lugar para onde, nos tempos do Antigo Testamento, eram levados todos os mortos: justos e ímpios, havendo, no entanto, nessa região dos mortos uma divisão para os justos e outra para os ímpios, separados por um abismo intransponível. Todos estavam ali plenamente conscientes. O lugar dos justos era de felicidade, prazer e segurança. Era chamado “Seio de Abraão” e “Paraíso”. Já o lugar dos ímpios era (e ainda é) medonho, cheio de dores, sofrimentos, e os que aí habitam estão em plena consciência.

b) Depois da Ressurreição de Cristo

Antes de morrer por nós, Jesus prometeu que as portas do Inferno não prevalecerão contra a Igreja. Isto mostra que os fiéis de Deus, a partir dos dias de Jesus, não mais desceriam ao Hades, isto é, à divisão ali reservada para os justos. O texto de Mateus 16.18, indica futuridade em relação à ocasião em que foi proferido por Jesus. A mudança ocorreu entre a morte e a ressurreição do Senhor, pois Ele disse na cruz ao ladrão arrependido: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). Escreve o apóstolo Paulo: “Quando ele [Jesus] subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens. Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até as regiões inferiores da terra?” (Ef 4.8,9). Entende-se, pois, que Jesus ao ressuscitar levou consigo os crentes do Antigo Testamento, que jaziam no “Seio de Abraão”. A muitos desses crente Jesus ressuscitou por ocasião da sua própria morte no Calvário, certamente para que se cumprisse o tipo prefigurado na Festa das Primícias (Lv 39.9-11) que profeticamente falava da ressurreição de Cristo (1 Co 15.20,23). Nessa festa profética havia pluralidade (o texto fala de “molho” ou “feixe”). Logo, no seu cumprimento deveria haver também pluralidade. E houve, conforme vemos em Mateus 27.52,53. Deste modo a obra redentora de Jesus no Calvário alcançou beneficamente não só os vivos, mas também aqueles que dormiam no Senhor.

3. Onde Estão os Crentes Mortos

O apóstolo Paulo foi ao Paraíso, o qual está no terceiro céu (2 Co 12.1-4). Portanto, o Paraíso está agora lá em cima, na imediata presença de Deus, e não em baixo, como dantes. As almas dos mártires da Grande Tribulação permanecerão no Céu, “debaixo do altar”, aguardando o momento da ressurreição e ingresso do reino milenial de Cristo” (Ap 6.9,10; 20.4). Portanto, os crentes que agora dormem no Senhor, estão no Céu, pois o Paraíso está agora ali, como um dos resultados da obra redentora do Senhor Jesus Cristo” (2 Co 5.8). No momento do arrebatamento da Igreja, porém, seus espíritos virão com Jesus, unir-se-ão a seus corpos ressurretos, e subirão com Cristo, já glorificados.Depois que Cristo subiu para o Céu, a Bíblia nunca mais se refere ao Paraíso como estando “em baixo”. Desse ponto em diante todas as referências no Novo Testamento sobre o assunto, falam da localização do Paraíso como estando “em cima” ou “no alto”.

4. A Presente situação dos Ímpios Mortos

Para os ímpios mortos não houve qualquer alteração quanto ao seu estado. Continuam descendo ao Hades, o “império da morte”, onde ficarão retidos em sofrimento consciente até o Juízo Final, após o Milênio, onde serão julgados e condenados ao Inferno eterno (Ap 20.13-15). Assim sendo, qualquer fantasma ou “alma do outro mundo” que porventura aparecer por aqui, é coisa diabólica, porque do Hades não sai ninguém. É uma prisão, cuja chave está nas mãos de Jesus (Ap 1.18). Alma doutro mundo não vem à Terra, pois os salvos estão em Jesus, e os perdidos que morreram estão encerrados para o grande dia do juízo do Grande Trono Branco. O Diabo, sim, por enquanto está solto, vivo e ativo no planeta Terra.

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