A harmonia e unidade das Escrituras se constituem num milagre singular. Nunca em qualquer outro lugar e em circunstâncias tão adversas, se juntaram tantos e diferentes tratados contendo história, biografia, ética e poesia, para formar um único livro. Neste particular a Bíblia não tem nenhum paralelo com a literatura humana, visto que todas as condições humanamente falando, não apenas são desfavoráveis, mas fatais a tal combinação (Teologia Elementar – Imprensa Batista Regular – Pag. 11)
1. Pormenores da Harmonia das Escrituras
A existência da Bíblia até os nossos dias é algo simplesmente miraculoso. Seus 66 livros escritos por cerca de 40 autores, durante um período de mais ou menos dezesseis séculos, somam-se num só com uma mensagem una e harmônica. Seu aspecto miraculoso e sobrenatural se acentua quando analisados os seguintes elementos, partes do seu processo de preparação como livro.
a) Os Escritores
Os homens escolhidos por Deus, para compor a Bíblia, eram homens de praticamente todas as atividades da vida humana então conhecidas, razão porque encontramos os mais variados estilos nos seus escritos. Por exemplo: Moisés foi príncipe e legislador. Josué foi um valoroso soldado. Davi e Salomão foram reis e poetas. Isaías, estadista e profeta. Daniel, ministro de Estado na Babilônia. Jeremias e Zacarias, sacerdotes e profetas. Amos, agricultor e vaqueiro. Pedro, Tiago e João, pescadores. Mateus, funcionário público romano. Lucas, médico e historiador. Paulo, teólogo e erudito.Apesar da variedade de formação e ocupação dos escritores da Bíblia, examinados os seus escritos, é incrível notar como eles se harmonizam e se inteiram do começo ao fim. Eles não tomam rumos diferentes. Do começo ao fim eles tratam dum só assunto, formando um só livro (A Bíblia Através dos Séculos – Edições CPAD – Pag.37)
b) As Condições
Foram as mais variadas as condições sob as quais os escritores da Bíblia receberam e registraram a Palavra de Deus. Note, por exemplo: Moisés escreveu os seus livros nas solitárias paragens do deserto durante a peregrinação do Egito para Canaã. Jeremias, nas trevas e imundícies dum cárcere. Davi, nas campinas e elevações dos campos. Paulo escreveu suas epístolas ora em prisões, ora em viagens. João escreveu o Apocalipse na ilha de Patmos quando exilado por causa do testemunho de Jesus Cristo.
Não obstante tantas e diferentes condições em que os livros da Bíblia foram escritos, juntos eles são duma uniformidade incrível. O pensamento de Deus, e não propriamente o dos seus escritores, corre uniforme e progressivamente através dela, como um rio que brotando da sua nascente, assemelha-se a um tênue fio dágua que vai se avolumando até se tornar num caudaloso “Amazonas” de Deus. Esta harmonia e perfeição é uma característica exclusiva do Livro de Deus.
c) As Circunstâncias
Foram as mais diversas as circunstâncias às quais estavam sujeitos os escritores da Bíblia quando tiveram de escrever os seus respectivos livros. Partes dos escritos do rei Davi foram feitos no calor das batalhas, enquanto que Salomão escreveu na paz e conforto dos seus palácios. Alguns dos profetas escreveram os seus livros em meio à mais profunda tristeza, ao passo que Josué escreveu o seu livro em meio às alegrias da conquista de Canaã. Apesar dessa pluralidade de condições, a Bíblia apresenta uma uniformidade incrível a fluir suavemente do Gênesis ao Apocalipse.
2. O Porquê da Harmonia e Unidade da Bíblia
Se a Bíblia fosse um livro resultante de esforços puramente humanos, certamente que a sua composição seria algo extremamente confuso e indecifrável. Seria uma verdadeira Babel.
a) A Confusão do Homem e a Harmonia Divina
Imaginemos quarenta dos melhores escritores da atualidade, providos de todos os recursos necessários, isolados uns dos outros, em situações as mais diversas, cada um com a missão de escrever um livro que juntado aos demais livros formasse um todo perfeito e harmônico. Qual seria o resultado de tão empreendedor esforço? Não há dúvida, o resultado seria algo confuso. Teríamos algo semelhante a uma colcha de retalhos, de cores e texturas diferentes. Seria uma verdadeira miscelânea.
Pois bem, imaginemos isto acontecendo nos antigos tempos em que os livros da Bíblia foram escritos. A confusão seria muito maior. Numa época em que os meios de comunicação em nada se assemelhavam aos de nossos dias, nada a não ser a mente inteligente de Deus assegurou o sucesso e a harmonia das Escrituras.
b) A Catedral da Revelação Divina
“Grandes catedrais, como as de Milão e Colônia, precisaram de séculos para serem edificadas. Centenas de milhares de trabalhadores foram empregados. Certamente ninguém necessita ser informado que por trás do trabalho desses edificadores havia algum arquiteto que construiu mentalmente esse templo, antes de ser lançada a pedra de fundamento, e que esse arquiteto, antes de mais nada, traçou os planos e forneceu até mesmo as especificações minuciosas, de modo que a estrutura deve sua simetria inigualável, não aos trabalhadores braçais que fizeram o trabalho bruto, mas àquele único arquiteto, ó cérebro da construção, que planejou a catedral em sua totalidade.
“A Bíblia é uma majestosa catedral. Muitos edificadores humanos, cada um por sua vez, contribuíram para a estrutura. Mas, quem é o arquiteto? Que mente una foi aquela que planejou e enxergou o edifício completo, antes que Moisés tivesse escrito aquelas primeiras palavras do Gênesis, as quais, não por acidente, mas tendo o propósito de gravar nome do arquiteto no vestíbulo, são estas: ‘No princípio, Deus’?”(Teologia Elementar – Imprensa Batista Regular – Pág.11). Continuar lendo…