A ressurreição física e corporal do Senhor Jesus Cristo é o fundamento inabalável do Evangelho e da nossa fé. De fato, o cristianismo não seria mais do que uma religião, se Cristo não tivesse ressuscitado dentre os mortos. Portanto, é a ressurreição de Cristo, dentre outras coisas, que o faz diferente dos grandes filósofos e fundadores de religiões humanas. É a ressurreição de Cristo que faz do cristianismo o elo de comunhão entre o homem e uma Pessoa, o próprio Cristo ressurreto. Portanto, não é sem motivo que o Diabo e muitos homens ímpios, tendo tentado destruir o cristianismo, foram impedidos de fazê-lo, pois, em qualquer direção em que se encontrassem, sempre se viam diante dum túmulo vazio, o túmulo daquele que foi morto, mas vive para jamais morrer.
1. A Realidade da Ressurreição de Cristo
A realidade da ressurreição de Cristo se evidencia ao longo da narrativa one-testamentária. Suas provas se veem:
a) No sepulcro vazio (Lc 24.3).
b) Nas aparições do Senhor a Maria Madalena, às mulheres, a Simão Pedro, aos dois discípulos no caminho de Emaús, aos discípulos no Cenáculo, a Tome, a João e Pedro, a todo o grupo dos discípulos (Jo 20.16; Mt 28.,8,9; Lc 24.13,14,25-27,30-32; Jo 20.19,26,29; 21.5-7; 1 Co 15.4-7).
c) Na transformação operada nos discípulos (Jo 7.3-5).
d) Na mudança do dia de descanso e adoração semanais (At 20.7; 1 Co 16.2).
e) No testemunho positivo de Pedro no dia de Pentecostes, e de Paulo, no Areópago (At 2.14,22-24; 17.31).
f) No testemunho do próprio Cristo quando se revelou a João, em Patmos (Ap 1.18).
2. Resultados da Ressurreição de Cristo
A ressurreição de Jesus Cristo:
É o cumprimento da promessa de Deus aos pais (At 13.32,33).
Confirma a divindade de Jesus Cristo, colocando-a acima de qualquer dúvida (Rm 1.4).
-É prova de justificação dos crentes (Rm 4. 23-25).
-Torna possível o imutável sacerdócio de Cristo (Hb 7. 22,25).
Possibilita o crente tornar-se frutífero para Deus (Rm 7.4).
É o penhor divino do julgamento futuro (At 17.41).
3. A Glorificação de Cristo
Na sua carta aos Filipenses, quanto à encarnação, humilhação e glorificação de Jesus Cristo, escreveu o apóstolo Paulo:”…pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz. Pelo que Deus também o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.6-11). Do estudo deste texto do apóstolo Paulo, compreendemos que a glorificação de Jesus Cristo se evidencia nos seguintes fatos:
a) Deus exaltou a Jesus dando-lhe a dignidade de soberano.
b) Não apenas a Pessoa de Cristo, mas também o seu próprio nome está acima de todo nome que se possa nomear nos céus, na terra e no inferno.
c) O nome de Jesus impõe reverência da parte dos anjos, dos homens e dos demônios.
d) No futuro, o nome de Cristo será declarado em sua plenitude como Rei dos reis, Senhor de todos e Senhor da glória.
e) A glorificação plena de Jesus Cristo está intimamente associada à própria glória de Deus Pai.
Não há melhor defesa contra a especulação do que a fé no Senhor tal como Deus no-lo revelou. Toda a especulação é derrotada pela fé que vence o mundo, pela fé que ouviu as promessas: “Tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16.33). Cristo é o Senhor vivo que domina todos os tempos. Em 1742, alguém, glosando o mencionado final de João, escrevia: “Oxalá, pelo menos, o nosso mundo desse guarida aos livros que descrevessem a obra do Senhor exaltado!”Certamente a exaltação de Cristo está indissoluvelmente ligada a tudo quanto Ele fez na terra e que João descreve com admiração; mas, de fato, merece ponderação especialíssima a realidade de que este Senhor vivo é o Senhor da Igreja, o Cristo exaltado, que está a fazer uma obra indescritível e continuada em seu Reino, e cuja proteção nunca cessa.
A viva fé da comunidade tampouco cessará, mas sempre ecoará a antiga proclamação cristológica: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem, baseada no testemunho dos profetas e apóstolos. Perfeito resumo desta fé são as palavras lapidares de Hebreus 13.8; “Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre”. Esta inalterabilidade do Ser de Cristo vence qualquer especulação. Aquele que sabe quem ele é, conhece sua Obra e repousa confiado: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim” (A Pessoa de Cristo – Aste – Págs. 274-275). Continuar lendo…