A Autoridade das Escrituras - V » Tifsa Brasil

A Autoridade das Escrituras – V

A investigação do caráter das Escrituras se constitui num esforço no sentido de descobrir a verdadeira base da sua autoridade. As Escrituras do Antigo e Novo Testamento formam um cânon devido ao fato de que estas são pala­vras ou oráculos autorizados. A autoridade das Escrituras é inerente, sendo como é, nada menos que um edito imperial: “Assim diz o Senhor”.

1. Bases da Autoridade das Escrituras

O mundo moderno, que se encontra vacilante entre a influência desmoralizadora dos ideais satânicos e das filo­sofias de homens sem Deus não aprecia nem respeita a Bíblia. Podemos dizer, porém, que até mesmo essa mani­festa hostilidade que o mundo tem para com a Bíblia, se constitui, dalgum modo, numa prova do caráter sobrena­tural dela, positivamente analisado é uma prova insofis­mável da autoridade das Escrituras.

a) A Bíblia Emana de Deus

Declarar das Escrituras como elas fazem de si mes­mas, que são de origem divina (2 Tm 3.16), é reconhecer a autoridade suprema que só pertence a Deus e que elas procedem dire­tamente de Deus. Isto significa que, em seu caráter plenário, as Escrituras são, em sua totalidade, a Palavra de Deus. Elas possuem a peculiaridade indiscutível de ser nada menos que o decreto real divino – “Assim diz o Se­nhor”.

b) A Bíblia foi Escrita por Homens Escolhidos

Este aspecto da autoridade bíblica está estranhavelmente relacionada com o fato de que a mensagem que es­ses homens escolhidos receberam e registraram, era inspirada por Deus (2 Pd1. 20,21). A contribuição específica que isto dá ao estudo da autoridade bíblica é que garante que a partici­pação humana na autoria da Bíblia não afeta em nada a perfeição e valor infinito da mensagem divina através do Livro Sagrado. As Escrituras são inerrantes, acima de tu­do, porque procedem de Deus.Prova evidente de que a autoridade da Bíblia inde­pende dos homens inspirados que a escreveram, reside no fato de que mesmo aqueles livros cujos nomes dos autores são ignorados, são inspirados por Deus tanto quanto os de­mais que compõem o cânon sagrado.

c) A Bíblia foi Crida Pelos que a Receberam

No caso do Antigo Testamento, a congregação de Is­rael, sob a liderança de seus anciãos, reis, sacerdotes e pro­fetas, deu sua aprovação àqueles escritos como sendo divi­namente inspirados e inerrantes. No caso do Novo Testa­mento, a Igreja primitiva deu sua sanção aos escritos aí contidos, completando, assim, o cânon das Escrituras. Sem terem consciência, tanto num caso como no outro, de que estavam sendo usados por Deus para realizar um obje­tivo tão importante aprovaram o cânon da Bíblia como algo de singular valor para todos os homens, em todos os lugares e em todos os tempos.

d) A Bíblia foi Autenticada por Jesus

Os quatro Evangelhos contêm nada menos do que trinta e cinco referências diretas do Antigo Testamento, citadas diretamente por Jesus. Estas, como se pode notar, não apenas registram seu testemunho no tocante ao caráter divino da inspiração plenária das Escrituras, mas também, tomadas como um todo completam o Antigo Testamento e certificam os aspectos plenários da sua perfeição.

Quando Cristo declarou: “Eu sou… a verdade” (Jo 14.6). Ele estava declarando ser algo mais que a verdadeiro. Ele se declarou como sendo a verdade no sentido em que Ele é o tema central da Palavra da Verdade. Ele é o Amém, a testemunha Fiel e Verdadeira (Ap 1.5; 3.14; Is 55.4).

2. Os Antigos Atestaram as Escrituras

Os profetas do Antigo Testamento foram divinamente incumbidos de transmitir ao povo os oráculos de Deus, do mesmo modo também os escritores do Novo Testamento. Quando falava com o apóstolo João na ilha de Patmos, o anjo disse:’’…eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas…” ( Ap 22.9). A lei mosaica designou responsabilidades específicas a vários grupos e ofícios do Antigo Testamento com respeito às escrituras.

a) As Escrituras com Relação ao Povo Israelita

À congregação de Israel foi dito: “Não acrescentarás à Palavra que vos mando, nem diminuíres dela, para que guardais os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando” (Dt 4.2). Está entendido que o povo não possuía autoridade para questionar o valor da Palavra de Deus, nada podendo aumentar ou omitir dela. Cabia-lhe apenas obedecer-lhe.

b) As Escrituras em Relação ao Rei

A obrigação do rei de Israel para com as Escrituras era como se segue: “Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, então escreverá para si um traslado desta lei num livro, do que está diante dos sacerdotes levitas. E terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, para guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos, para fazê-los” (Dt 17.18,19). O rei possuía autoridade governamental para matar ou manter vivo a quem ele quisesse, porém, em relação à Palavra de Deus ele tinha o dever de obedecer a ela. Nesta particular, o rei em nada era superior ao mais humilde de seus súditos.

c) As Escrituras em Relação aos Juízes

Os juízes eram mediadores em assuntos comuns, domésticos, dentro da nação de Israel, porém se fosse trazido perante eles algum assunto muito difícil de resolver, apelavam para o sacerdote, que servia como suprema corte entre os juízes. O juiz era instruído da seguinte maneira: “Quando alguma coisa te for dificultosa em juízo…então te levantarás, e subirás ao lugar que escolher o Senhor teu Deus; e virás aos sacerdote levitas, e ao juiz que houver naqueles dias, e inquirirás, e te anunciarão a palavra que for do juízo. E farás conforme ao mandado da palavra que te anunciarão do lugar que escolher o Senhor; e terás cuidado de fazer conforme a tudo que te ensinaram” (Dt 16.18-20; 17.8-12). Os juízes eram constituídos sobre o povo para exercer o juízo conforme a Lei, conforme a Palavra do Senhor.

d) As Escrituras em Relação aos Levitas

Aos levitas foi a custódia das Escrituras. Deste modo eles foram instruídos a procederem da seguinte maneira: “Tomai este livro da Lei e ponde-o ao lado da arca do concerto do Senhor, vosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra ti ” (Dt 31.26).

e) As Escrituras em Relação aos Profetas

Aos profetas foi confiada a sublime responsabilidade de receber e comunicar a Palavra de Deus. A prova entre o verdadeiro e o falso profeta era tanto razoável como natural. As instruções eram: “E se disseres no teu coração: Como conheceremos a palavra que o Senhor não falou?Quando o tal profeta falar em nome do Senhor, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele. Continuar lendo…

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