Harmonia e Unidade das Escrituras - III » Tifsa Brasil

Harmonia e Unidade das Escrituras – III

A harmonia e unidade das Escrituras se constituem num milagre singular. Nunca em qualquer outro lugar e em cir­cunstâncias tão adversas, se juntaram tantos e diferentes tratados contendo história, biografia, ética e poesia, para formar um único livro. Neste particular a Bíblia não tem nenhum paralelo com a literatura humana, visto que todas as condições humanamente falando, não apenas são desfa­voráveis, mas fatais a tal combinação (Teologia Elementar – Imprensa Batista Regular – Pag. 11)

1. Pormenores da Harmonia das Escrituras

A existência da Bíblia até os nossos dias é algo sim­plesmente miraculoso. Seus 66 livros escritos por cerca de 40 autores, durante um período de mais ou menos dezes­seis séculos, somam-se num só com uma mensagem una e harmônica. Seu aspecto miraculoso e sobrenatural se acentua quando analisados os seguintes elementos, partes do seu processo de preparação como livro.

a) Os Escritores

Os homens escolhidos por Deus, para compor a Bíblia, eram homens de praticamente todas as atividades da vida humana então conhecidas, razão porque encontramos os mais variados estilos nos seus escritos. Por exemplo: Moi­sés foi príncipe e legislador. Josué foi um valoroso soldado. Davi e Salomão foram reis e poetas. Isaías, estadista e pro­feta. Daniel, ministro de Estado na Babilônia. Jeremias e Zacarias, sacerdotes e profetas. Amos, agricultor e vaquei­ro. Pedro, Tiago e João, pescadores. Mateus, funcionário público romano. Lucas, médico e historiador. Paulo, teólo­go e erudito.Apesar da variedade de formação e ocupação dos es­critores da Bíblia, examinados os seus escritos, é incrível notar como eles se harmonizam e se inteiram do começo ao fim. Eles não tomam rumos diferentes. Do começo ao fim eles tratam dum só assunto, formando um só livro (A Bíblia Através dos Séculos – Edições CPAD – Pag.37)

b) As Condições

Foram as mais variadas as condições sob as quais os escritores da Bíblia receberam e registraram a Palavra de Deus. Note, por exemplo: Moisés escreveu os seus livros nas solitárias paragens do deserto durante a peregrinação do Egito para Canaã. Jeremias, nas trevas e imundícies dum cárcere. Davi, nas campinas e elevações dos campos. Paulo escreveu suas epístolas ora em prisões, ora em via­gens. João escreveu o Apocalipse na ilha de Patmos quan­do exilado por causa do testemunho de Jesus Cristo.

Não obstante tantas e diferentes condições em que os livros da Bíblia foram escritos, juntos eles são duma uni­formidade incrível. O pensamento de Deus, e não propria­mente o dos seus escritores, corre uniforme e progressiva­mente através dela, como um rio que brotando da sua nas­cente, assemelha-se a um tênue fio dágua que vai se avolu­mando até se tornar num caudaloso “Amazonas” de Deus. Esta harmonia e perfeição é uma característica exclusiva do Livro de Deus.

c) As Circunstâncias

Foram as mais diversas as circunstâncias às quais es­tavam sujeitos os escritores da Bíblia quando tiveram de escrever os seus respectivos livros. Partes dos escritos do rei Davi foram feitos no calor das batalhas, enquanto que Salomão escreveu na paz e conforto dos seus palácios. Alguns dos profetas escreveram os seus livros em meio à mais pro­funda tristeza, ao passo que Josué escreveu o seu livro em meio às alegrias da conquista de Canaã. Apesar dessa plu­ralidade de condições, a Bíblia apresenta uma uniformida­de incrível a fluir suavemente do Gênesis ao Apocalipse.

2. O Porquê da Harmonia e Unidade da Bíblia

Se a Bíblia fosse um livro resultante de esforços pura­mente humanos, certamente que a sua composição seria algo extremamente confuso e indecifrável. Seria uma ver­dadeira Babel.

a) A Confusão do Homem e a Harmonia Divina

Imaginemos quarenta dos melhores escritores da atualidade, providos de todos os recursos necessários, iso­lados uns dos outros, em situações as mais diversas, cada um com a missão de escrever um livro que juntado aos de­mais livros formasse um todo perfeito e harmônico. Qual seria o resultado de tão empreendedor esforço? Não há dú­vida, o resultado seria algo confuso. Teríamos algo seme­lhante a uma colcha de retalhos, de cores e texturas dife­rentes. Seria uma verdadeira miscelânea.

Pois bem, imaginemos isto acontecendo nos antigos tempos em que os livros da Bíblia foram escritos. A confu­são seria muito maior. Numa época em que os meios de co­municação em nada se assemelhavam aos de nossos dias, nada a não ser a mente inteligente de Deus assegurou o su­cesso e a harmonia das Escrituras.

b) A Catedral da Revelação Divina

“Grandes catedrais, como as de Milão e Colônia, pre­cisaram de séculos para serem edificadas. Centenas de mi­lhares de trabalhadores foram empregados. Certamente ninguém necessita ser informado que por trás do trabalho desses edificadores havia algum arquiteto que construiu mentalmente esse templo, antes de ser lançada a pedra de fundamento, e que esse arquiteto, antes de mais nada, tra­çou os planos e forneceu até mesmo as especificações minuciosas, de modo que a estrutura deve sua simetria ini­gualável, não aos trabalhadores braçais que fizeram o tra­balho bruto, mas àquele único arquiteto, ó cérebro da construção, que planejou a catedral em sua totalidade.

“A Bíblia é uma majestosa catedral. Muitos edifica­dores humanos, cada um por sua vez, contribuíram para a estrutura. Mas, quem é o arquiteto? Que mente una foi aquela que planejou e enxergou o edifício completo, antes que Moisés tivesse escrito aquelas primeiras palavras do Gênesis, as quais, não por acidente, mas tendo o propósito de gravar nome do arquiteto no vestíbulo, são estas: ‘No princípio, Deus’?”(Teologia Elementar – Imprensa Batista Regular – Pág.11). Continuar lendo…

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