A Natureza de Deus - III » Tifsa Brasil

A Natureza de Deus – III

Deus pode ser revelado e crido mas jamais assimilado na sua plenitude, tampouco pode ser analisado num tubo de ensaio de laboratório. O Catecismo de Westminster ten­ta dimensionar Deus quando diz: “Deus é espírito, infini­to, eterno e imutável em seu ser, sabedoria, poder, santi­dade, justiça, bondade e verdade”.

1. A Vida de Deus

A vida de Deus é intimamente ligada ao próprio fato da existência de Deus, estudada nas duas divisões an­teriores. Há coisas que existem e no entanto não têm vida, como é o caso do Pão de Açúcar, na cidade do Rio de Janei­ro, os Alpes Suíços, a Cordilheira dos Andes, o Monte Everest, ou as grandes rochas de Gibraltar. Mas Deus não só existe, Ele é vivo; Ele possui vida. Ou melhor, Deus é a própria vida (Jo 5.26). Dele, nele, por Ele e para Ele emana tudo e todos os seres criados, animados e inanimados. São abun­dantes os textos das Escrituras que falam da vida de Deus (Jr 10.10-16).

Vida é um termo que não pode ser plenamente defini­do. A ciência define-a como uma correspondência entre os órgãos e o ambiente. Porém, quanto a Deus, significa mui­to mais que isso, visto que Deus não tem ambiente vivencial como temos aqui. A vida de Deus é sua atividade de pensamento, sentimento e vontade. É o movimento total e íntimo de seu ser que o capacita a formar propósitos sá­bios, santos e amorosos, e a executá-los (Teologia Elementar – Imprensa Batista – Pág.25).

2. A Espiritualidade de Deus

Jesus disse que “Deus é Espírito” (Jo 4.24). Deus é Espírito com personalidade plena Ele pensa, sente e fala, podendo assim ter comunhão direta com suas criaturas feitas à sua imagem. Sendo espírito, Deus não es­tá sujeito às limitações, às quais estão sujeitos os homens.Sua pessoa não se compõe de nenhum elemento mate­rial, e, portanto, não está sujeita às condições da existên­cia natural. Não pode Ele ser visto com os olhos naturais nem apreendido pelos sentidos humanos. Este ensino não implica em que Deus tenha uma existência indefinida e ir­real, pois Jesus se referiu à “forma de Deus” (Jo 5.37; Fp 2.6). Deus é uma pessoa real, mas de natureza tão infinita que não se pode descrevê-lo plenamente.

Declara o apóstolo João que “ninguém jamais viu a Deus” (Jo 1.18). No entanto a Bíblia diz que Moisés e alguns dos anciãos de Israel “viram a Deus” (Ex 24.1-10). Nisto não há nenhuma contradição. O que João quer dizer é que nenhum homem jamais viu a Deus como Ele é, na sua essência e plenitude. Mas sabemos que Deus pode manifestar-se em forma corpórea, sendo esta manifestação chamada “teofania”. No Antigo Testamento Deus apareceu em forma dum anjo, chamado o “Anjo do Senhor” (Gn 16.9); “Anjo” da sua presença (Ex 32.34; 33.14);e o “Anjo da aliança” (Ml 3.1). Alguns eruditos dizem serem essas teofanias manifestações de Cristo no Antigo Testamento. Uma espécie de pré-encarnação de Jesus. Deus é insondável e inescrutável. O patriarca Jó per­guntou certa vez: “Porventura… penetrarás até à perfeição do Todo-poderoso?”(Jó 11.7). A nossa resposta só pode ser: “Não temos com que tirar, o poço é fundo”, usando a expressão da mulher samaritana (Jo 4.11).

3. A Personalidade de Deus

O ensino de que Deus é um ser pessoal, contrapõe-se ao ensino panteísta, segundo o qual Deus é tudo e tudo é Deus; que Deus é o Universo e o Universo é Deus; que Ele não existe independentemente daquilo que se alega ser sua criação. Pode-se definir personalidade como existência dotada de autoconsciência e do poder de autodeterminação. Não se deve, portanto, confundir personalidade com corporalidade ou existência corporal material, composta de cabeça, tronco e membros, tratando-se do homem. Corretamente definida, a personalidade. Abrange as propriedades e quali­dades coletivas que caracterizam a existência pessoal e a distinguem da existência impessoal e da vida normal.

A personalidade, portanto, representa a soma total das ca­racterísticas necessárias para descrever o que é um ser pes­soal.O nome é uma das mais fortes evidências da persona­lidade de um ser. Um dos nomes mais importantes pelos quais Deus se tem feito conhecer no seu relacionamento com o homem é o de “Jeová”.Foi por esse nome e suas vá­rias combinações que Ele se revelou nos dias do Antigo Testamento. Tudo o que significa para nós o nome “Je­sus”, significa “Jeová” para o antigo Israel.O nome “Jeová”, combinado com determinadas pala­vras, formam o composto deste nome santo, como se segue:

“Eu Sou” (Ex 3.14).

“Jeová-Jiré” = O Senhor provera (Gn 22.13,14).

“Jeová-Nissi” = O Senhor é nossa bandeira (Ex 17.5).

“Jeová-Rafá” = O Senhor que sara (Ex 15.26).

“Jeová-Shalom” = O Senhor nossa paz (Jz 6.24).

“Jeová-Raa” = O Senhor é meu pastor (Sl 23.1)

“Jeová-Tsidiquênu” = O Senhor justiça nossa (Jr 23.6).

“Jeová-Sabaot” = O Senhor dos Exércitos (1 Sm 1.3).

“Jeová-Samá” = O Senhor está presente (Ez 48.35).

“Jeová-Elion” = O Senhor Altíssimo (Sl 97.9).

“Jeová-Mikadiskim” = O Senhor que vos santifica (Ex 31.13).

A personalidade de Deus pode ser provada não só pelo que ‘Ele é, mas também pelo que Ele faz e pelos sentimen­tos que lhe são comuns. Deste modo, a personalidade de Deus pode ser vista:

Pelos pronomes pessoais empregados para distingui-lo (Jo 17.3; Sl 116.1,2).

Pelas características e propriedades de personalida­de que lhe são atribuídas (Gn 6.6; 1 Rs 11.9; Dt 6.15; Ap 3.19; Pv 6.16).

Pelas relações que Ele mantém com o Universo e com os homens (Gn 1.1; Hb 1.3; Mt 10.29,30; Rm 8.28; Gl 3.26). Continuar lendo...

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