O verbo heb. naka, “castigar” também tem o sentido de “bater ou “açoitar* (Hiphil). Os substantivos shot e shotet, significam uma chicotada ou açoite. O açoite era geralmente infligido por meio de um chicote de tiras usado para impor uma punição. Consistia em um cabo no qual as cordas ou tiras de couro eram fixadas. Elas eram, às vezes, amarradas com pedaços de metal que também serviam como pesos.
Açoitar também podia significar castigar com “varas”. O apóstolo Paulo fez uma distinção entre sofrer uma “quarentena de açoites” e “ser açoitado com varas” (2 Co 1L.23-25). A lei Mosaica autorizava os açoites como punições para certas ofensas e prescrevia o seu uso, limitando-o a 40 golpes (Dt 25,1-3). Sua familiaridade em Israel é vista pela ameaça de Roboão (1 Rs 12.11) e mais tarde pelo seu uso costumeiro por parte das autoridades religiosas judaicas e da sinagoga (Mt 10.17; At 5.40; 22.19).
No Novo Testamento encontramos exemplos de açoites sob a lei romana (gr. mastigo-o; mastizo; phragetloo). O Senhor Jesus Cristo foi açoitado, pelos soldados romanos conforme o costume vigente, antes de ser crucificado (Jo 19.1).
Os açoites infligidos sobre o Servo Sofredor do Senhor, prefiguravam os açoites recebidos pelo Senhor Jesus (Is 53.5; 1 Pe 2.24). Açoites eram frequentemente usados para obter confissões dos acusados (At 22.24), mas era ilegal infligi-los sobre um cidadão romano (At 22.25-29). De forma figurativa, o “açoite” pode referir-se à punição Divina à nação judaica (Js 23.13; Is 10.26). Os textos bíblicos também se refere ao açoite da língua, para fazer alusão aos caluniadores, aos mentirosos e àqueles usam o poder da língua para acabar com a reputação alheia (Jó 5.21), e também o acoite proveniente de calamidade (Jó 9.23).