A dispensação em que vivemos atualmente é um tempo oportuno para as atividades especiais do Espírito Santo entre os homens, como aquele sobre quem pesa a responsabilidade de alcançar todo este vasto Universo, encaminhando os homens para Deus. Entretanto, sabemos que o mesmo Espírito também exerceu as suas atividades em tempos mais remotos. Muito antes do alvorecer dos tempos, Ele já existia como a terceira Pessoa da Trindade divina.
1. O Espírito Santo na Criação
Muito antes de o homem aparecer na terra e mesmo antes da terra existir, o Espírito Santo já existia. A primeira parte de Gênesis 1.2 apresenta uma cena singular: a terra, uma massa informe, vazia e escura. Foi então que um raio de esperança brilhou, iluminando-a, antes mesmo que Deus ordenasse o aparecimento da luz. Lemos: “E o Espírito de Deus pairava por sobre as águas”. Foi este aspecto diferente o primeiro prenuncio da perfeição das obras do Criador.Com singular inspiração, disse o patriarca Jó que Deus, “pelo seu Espírito, ornou os céus” (Jó 26.13). Isto é, através do seu Espírito, Deus não apenas formou o Universo, mas também o embelezou estabelecendo a ordem de ação de cada astro, do menor ao maior.
2. O Espírito Santo Antes do Dilúvio
Os primeiros versículos do capítulo seis de Gênesis pintam um quadro calamitoso. A terra estava corrompida. A maldade do homem não tinha limites. Era a depravação total da raça humana. Todos os pensamentos do coração do homem eram maus continuamente (Gn 6.5). Diante disto, concluímos logicamente, que os homens resistiam ao Espírito Santo apesar da sua persistência em conduzi-los à consciência de erro e uma consequente volta para Deus.Face à impenitência do homem, em estado de profunda tristeza, disse Deus a Noé: “O meu Espírito não agirá para sempre no homem” (Gn 6.3).
Apesar disto, Deus ainda deu ao homem uma oportunidade que durou cerca de cento e vinte anos. Mesmo assim, em atitude de rebeldia contra Deus e o seu Espírito Santo, o homem continuou na escalada do pecado, culminando com a destruição trazida pelo Dilúvio.
3. O Espírito Santo nos Líderes do Antigo Testamento
Dentre os grandes vultos do Antigo Testamento, em cujas vidas o Espírito Santo encontrou lugar para operar, se destacam José do Egito, Moisés, os setenta anciões de Israel, Bezaleel, Josué, Otoniel, Gideão, Jefté, Sansão, Saul e Davi. Por esta razão a história narrada no Antigo Testamento os destaca dos seus contemporâneos.
Foi pela ação do Espírito Santo que,
José se evidenciou com capacidade de revelar mistérios e com sabedoria para administrar (Gn 41. 8,38).
Moisés mostrou autoridade divina para liderar e sabedoria para legislar sobre o povo de Deus (Is 63.11).
Os setenta anciãos mostraram habilidade como co-operadores na condução dos filhos de Israel durante a peregrinação no deserto (Nm 11.16,17, 25).
Bezaleel recebeu capacidade para construir o tabernáculo e para ensinar a outros o mesmo serviço (Ex 31.1-4; 35.34).
Otniel adquiriu sabedoria para julgar Israel (Jz 3.10,11).
Gideão encontrou coragem para lutar (Jz 6.34).
Jefté lutou e venceu os Amonitas (Jz 11.29).
Sansão encontrou força para libertar o seu povo que gemia sob o jugo da escravidão dos filisteus (Jz 14.19; 15.14).
Saul foi contado entre os profetas, e assim continuou enquanto temeu ao Senhor (1 Sm 10.6,10).
Davi encontrou forças para ser rei, poeta, cantor e profeta (1 Sm 16.13).
Os profetas trabalharam e agiram no poder do Espírito, ministrando não para si mesmos, mas para nós da atual geração (Ez 2.2; 2 Pd 1.21).
4. O Espírito Santo em João Batista
A João Batista estava destinada uma missão de grande interesse dos céus. Por isso o Espírito Santo se manifestou nele (desde o ventre de sua mãe), de modo especial (Lc 1.15). Foi cheio do Espírito Santo, pois nenhuma missão divina de grande relevância pode ser realizada, a não ser pela unção do Espírito Santo.
A presença do Espírito Santo no ministério de João Batista se evidencia:Pela autoridade com que exortava o povo a preparar o caminho do Senhor (Lc 3.2-4); Pela firmeza com que anunciava a salvação de Deus, a manifestar-se em Cristo (Lc 3.5,6); Pela energia com que denunciava o pecado do seu povo, conclamando-o ao arrependimento, para escapar do juízo iminente, qual machado já posto à raiz da árvore (Lc 3.7-9); Pela segurança com que ensinava o caminho de retorno a Deus (Lc 3.10-14); Pela convicção com que predizia o caráter sobrenatural do ministério de Jesus, de quem era precursor (Lc 3.15-18); Pela imparcialidade com que protestava contra o pecado do rei Herodes (Lc 3.19).
5. O Espírito Santo em Cristo
Ninguém melhor que Jesus se identificou de forma tão plena com o Espírito Santo. Essa relação salienta a pessoa de Jesus Cristo como alguém
a) Concebido pelo Espírito Santo (Lc 1.35).
b) Ungido com o Espírito Santo (At 10.38).
c) Guiado pelo Espírito Santo (Mt 4.1).
d) Cheio do Espírito Santo (Lc 4.1).
e) Que realizou o seu ministério no poder do Espírito Santo (Lc 4.18,19).
f) Que ofereceu-se em sacrifício pelo Espírito (Hb 9.14).
g) Que ressuscitou pelo poder do Espírito (Rm 8.11).
h) Que deu mandamento aos apóstolos após a ressurreição- por intermédio do Espírito Santo (At 1.1,2).
i) Doador do Espírito Santo (At 2.33).
Jesus Cristo viveu toda a sua vida terrena dependendo inteiramente do Espírito Santo e a Ele se sujeitou.
6. O Espírito Santo em Relação ao Crente
Quanto à pessoa do crente, o Espírito Santo nele opera:
regenerando-o (Jo 3.3-6).
batizando-o no corpo de Cristo (Jo 1.32-34).
habitando nele (1 Co 6.15-19).
selando-o (Ef 1.13,14).
proporcionando-lhe segurança (Rm 8.14-16).
fortalecendo-o (Ef 3.16).
enchendo-o da sua virtude (Ef 5.18-20).
libertando-o da lei do pecado e da morte (Rm 8.2).
guiando-o (Rm 8.14).
chamando-o para serviço especial (At 13.2,4).
orientando-o para serviço especial (At 8.27-29).
iluminando-o (1 Co 2.12-14).
instruindo-o (Jo 16.13,14).
capacitando-o (1 Ts 1.5).