O rei Sargão II, (do acadiano antigo e assírio, significando “O Rei é Legítimo), foi um rei assirio anteriormente só conhecido na bíblia em Isaías 20:1. No início dos anos 1800, a referência bíblica a ele foi muitas vezes rejeitada pelos críticos como sem nenhum valor histórico. Em 1843, o representante consular francês Paul-Émile Botta fez escavações em Corsabad, a nordeste de Nínive, com a esperança de que era a antiga Nínive. Em vez disso, ele descobriu o esplêndido palácio de “Sargão, rei da Assíria”, mencionado por nome na Bíblia. Os críticos haviam afirmado que a Bíblia estava errada, porque era o único documento antigo conhecido que mencionava esse rei. Mas, Sargão realmente existiu, pois os arqueólogos desenterraram seu palácio de 200 cômodos, bem como um tesouro fabuloso em forma de inscrições e outros itens. Estes incluem os anais de Sargão que confirmam, do ponto de vista assírio, eventos mencionados na Bíblia. Desde meados do século 19, Sargão é um dos mais bem conhecidos dos reis assírios, embora muitos detalhes a seu respeito ainda sejam incompletos. Sua plataforma abrange quase 10 hectares. Em um de seus anais, ele afirma ter capturado Samaria (740 AEC).Sargão registra a captura de Asdode, mencionada em Isaías 20:1. Há inscrições que mostram que o rei assírio Sargão II depôs Azuri, rei local, e empossou Ahimiti em lugar dele. Uma revolta fez com que Sargão realizasse uma campanha contra a Filístia, conquistando Gate, “Asdudu” (Asdode) e “Asdudimmu” (Asdode-à-Beira-do-Mar, evidentemente um lugar separado, situado à beira-mar). Anteriormente considerado por muitos peritos de destaque como não tendo existido, Sargão II é agora um dos mais conhecidos reis da Assíria.
Situada na Mesopotâmia, a Assíria foi o grande terror dos israelitas durante boa parte do relato bíblico do Velho Testamento, mais especificamente nos livros de 2ª Reis, 2ª Crônicas e do profeta Isaías. Este profeta registrou em Isaías 20:1: “No ano em que Tartã, foi enviado por Sargão, rei da Assíria, veio a Asdode, e guerreou contra Asdode, e a tomou;” Sargão II reinou de 721 a 705 a.C. grande conquistador dos povos vizinhos, entre os quais o reino do Norte, Israel, pelo que foi responsável pela primeira diáspora judaica, levando-os cativos e dispersando-os entre as nações que ele havia subjugado.
No início do seu reinado, ele cercou e tomou Samaria (2ª Rs 17:6; 2ª Rs 18:9-12). Numa inscrição encontrada no palácio que ele construíra em Corsabade, Sargão diz: “Cerquei a cidade de Samaria e tomei-a; levei 27.280 dos seus habitantes e 50 dos seus carros,” etc. Transformou o reino do norte numa satrapia asssíria. Afastou depois Merodaque-Baladã da Babilônia durante 12 anos, entrando em triunfo. Através de uma sucessão de vitórias, eles alargou e consolidou gradualmente o seu império, que se estendia desde as fronteiras com o Egito, a oeste, até às montanhas de Elão, a Leste. Foi morto por um dos seus soldados (705 AC) no palácio de Corsabade, após um reinado de 16 anos, tendo-lhe sucedido o seu filho Senaqueribe. Seu filho, Senaqueribe (705 a 681 a.C.) aumentou, ainda mais o poder da Assíria, e invadiu o reino de Judá, tendo chegado às portas de Jerusalém (2ª Reis 18 e 19), de onde retornou sem invadir a cidade sagrada em razão da intervenção milagrosa de um anjo que, numa só noite, matou 185 mil de seus soldados (2ª Reis 19:35-36).