Prova de Fundamentos do Pensamento Político e Social » Tifsa Brasil

Prova de Fundamentos do Pensamento Político e Social

Material destinado como subsídio escolar para universitários, vestibulandos e alunos do ensino médio, dentre outros.

Questão 1
O impulso para o ganho, a perseguição do lucro e do dinheiro, da maior quantidade possível de dinheiro não tem, em si mesma nada que ver com o capitalismo. Tal impulso, existe e sempre existiu. Pode-se dizer que tem sido comum a toda sorte e condição humanas em todos os tempos e em todos os países, sempre que tenha apresentada a possibilidade objetiva para tanto. O capitalismo, porém identifica-se como a busca do lucro, do lucro sempre renovado por meio da empresa permanente, capitalista e racional. Por assim deve ser: numa ordem completamente capitalista da sociedade.

O capitalismo moderno, segundo Marx Weber, apresenta como fundamental a:

Socialização das condições de produção.
Competitividade decorrente da acumulação de capital.
Mercantilização da força de trabalho.
Ação calculada e planejada para obter rentabilidade.
Implementação da flexibilidade produtiva e comercial.

Questão 2
Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejamos no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não terá o conhecimento, porventura, grande influência sobre essa vida? Se ainda é, esforcemo-nos por determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica utiliza as demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o e não devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.  ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991 (adaptado).

Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da Pólis pressupõe que:

A educação visa formar de cada pessoa para agir corretamente.
O sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade
A democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem.
O bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses.
A política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade

Comentário enriquecedor da questão
Para Aristóteles a relação entre o sumo bem e a organização da ”pólis”, pressupõe que a política é uma das ciências de suma importância. Sendo a filosofia e a ética alinhadas a ela. A política para Aristóteles
Aristóteles entendia a política como a ciência que estudava a organização da cidade (polis), no qual ele considerava como a ciência de suma importância, uma vez que todas as outras ciências estavam relacionadas com a organização da vida na cidade. Ele argumentou que objetivo da polis era o bem comum, no qual a ética e a filosofia estariam relacionadas a política. De modo que para Aristóteles, a política é uma ciência que deve estar acima de todas as outras na organização da cidade. Além disso, Aristóteles, diz, que a política é a doutrina moral scial. A política estaria relacionada a uma maneira de viver que levasse os indivíduos a felicidade. Portanto, seria a base da vida na pólis.

As outras alternativas estão erradas porque:

a) Para o filósofo, a natureza política dos seres humanos tende à definição dos interesses comuns.
b) Aristóteles afirma que o sumo bem é a felicidade (eudaimonia) e os seres humanos realizam-se através da vida política.
d) A filosofia aristotélica compreende o ser humano como essencialmente bom, não necessitando “formar a consciência para agir corretamente”.
e) Aristóteles era um defensor da política, mas não necessariamente da democracia. Para o filósofo, existe uma série de fatores que compõem um bom governo e esses fatores variam de acordo com os contextos, alterando também a melhor forma de governo.

Questão 3
No final do século XX e em razão dos avanços da ciência, produziu-se um sistema presidido pelas técnicas da informação, que passaram a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e assegurando ao novo sistema uma presença planetária. Um mercado que utiliza nessa globalização perversa. SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2008 (adaptado).

Uma consequência para o setor produtivo e outra para o mundo do trabalho advindas das transformações citadas no texto estão presentes, respectivamente em:

Concentração das áreas manufaturadas e redução da jornada semanal.
Automatização dos processos fabris e aumento dos níveis de desemprego.
Limitações dos fluxos logísticos e fortalecimentos de associações sindicais.
Diminuição dos investimentos industriais e desvalorização dos postos qualificados.
Eliminação das vantagens locacionais e ampliação da legislação laboral.

Comentário enriquecedor da questão
A questão fala do mundo globalizado inserido em um contexto de crescente aplicação tecnológica. A mensagem do texto é de crítica em cima do modelo que, ao criar possibilidades de substituição de mão de obra por máquinas, aumentou muito o nível de desemprego. A grande evolução dos meios de transporte e comunicação que vem ocorrendo, nas últimas décadas, permitiram que as grandes empresas transnacionais ampliassem seus investimentos industriais em várias partes do mundo. Os novos fluxos logísticos aumentaram as vantagens locacionais e promoveram uma desconcentração da atividade industrial. Além disso, processos como a robotização e a automação industrial aceleraram a produção, porém apresentaram seu lado perverso, promovendo o aumento dos índices de desemprego estrutural.

Questão 4
Tomemos o exemplo de Sócrates: é precisamente ele quem interpreta as pessoas na rua, os jovens no ginásio, perguntando: “Tu te ocupas de ti? O deus o encarregou disso, é sua missão, e ele não a abandonará, mesmo no momento em que for ameaçado de morte. Ele é certamente o homem que cuida do cuidado dos outros: esta é a posição particular do filósofo.
Foucault., M. Ditos e escritos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.

O fragmento evoca o seguinte princípio moral da filosofia, presente em sua ação dialógica:

Examina a própria vida.
Debater visando a aporia.
Ironizar o seu oponente.
Sofismar com a verdade.
Desprezar a virtude alheia.

Comentários enriquecedor da questão
A filosofia socrática faz com que o próprio interlocutor examine sua vida. Cuidar de si mesmo está atrelado diretamente ao princípio de examinar a própria vida, princípio essencialmente socrático. Isso porque Sócrates quer que os seus oponentes compreendam o que é não conhecer as coisas e que admitam o que não saibam, e admitam o que saibam. Assim, o conhecimento de si mesmo se revela.

Questão 5
O jovem espanhol Daniel se sente perdido. Seu diploma de desenhista industrial e seu alto autoconhecimento de inglês devem ajudá-lo a tomar um rumo. Mas a taxa de desemprego, que supera 52% entre os que têm menos de 25 anos, o desnorteia. Ele está convencido de que seu futuro profissional não está na Espanha, como o de, pelo menos, 120 mil conterrâneos que emigraram nos últimos dois anos. O irmão dele, que é engenheiro-agrônomo, conseguiu emprego no Chile. Atualmente, Daniel participa de uma oficina de procura de emprego em países como o Brasil, Alemanha e China. A oficina é oferecida por uma universidade espanhola. GUILAYN, P. Na Espanha, universidade ensina a emigrar.

O Globo ilustra uma crise econômica que implica:

Exportação de mão de obra qualificada.
Intensificação dos intercâmbios estudantis.
Expansão dos recursos tecnológicos.
Valorização do fabril.
Diversificação dos mercados produtivos.

Os homens buscam seus interesses e isso não significa que eles sejam maus.
Para limitar os interesses humanos particulares, é preciso haver leis que procuram os interesses gerais.
O homem é lobo do homem.
Não há nenhuma relação entre as leis e os costumes, pois sãos os homens que fazem as leis que os beneficiam.
Há uma relação entre as leis e os costumes, pois as leis permitem ou impedem que os homens cometam erros.

Questão 6
Ao fazer o elogio à democracia, o autor aponta, também, defeitos do regime. Tendo isso em vista, considere as seguintes afirmativas:

1. A democracia apresenta grandes incoerências internas.
2. O sistema econômico tem grande poder sobre as decisões.
3. O regime democrático tem, na sua contraparte, muitas alternativas.
4. As articulações entre os partidos são pouco clara dada sua indefinição.

Comprovam a afirmação de que o autor tanto elogia quanto crítica o regime democrático, as afirmativas:

1 e 3 apenas
2 e 3 apenas
1, 3 e 4 apenas.
2, 3 e 4 apenas.

Questão 7
Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terrem sido ensinadas a obedecer às regras de sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas.
RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva. 1009.

A sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A república de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de:

Verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.
Sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas.
Determinações biológicas impregnadas na natureza humana.
Mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.
Convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.

Comentário enriquecedor da questão
Para o pensamento platônico, as noções de justiça e ética estão voltadas para o ensinamento transmitido através da vida em comunidade, já que cada indivíduo é responsável por suas ações para si e para os demais. O Trasímaco, é uma personagem do diálogo “A República” de Platão, defendia que a correlação entre justiça e ética é resultado de convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.

Questão 8
A crescente intelectualização e racionalização não indicam um conhecimento maior e geral das condições sob as quais vivemos. Significa a crença em que, se se quiséssemos, poderíamos ter esse conhecimento q qualquer momento. Não há forças misteriosas incalculáveis; podemos dominar todas as coisas pelo cálculo. WEBER, M. A ciência como vocação: In: GERTH, H.; MILLS, W. (Org). Marx Weber., ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).

Tal como apresentada no texto, a proposição de Marx Weber a respeito do processo de desencantamento do mundo evidência o(a):

Extinção do pensamento mítico como desdobramento do capitalismo.
Emancipação como consequência do processo de racionalização da vida.
Progresso de crenças tradicionais como características da modernidade.
Fim do monoteísmo como condição para a consolidação da ciência.

Comentário enriquecedor da questão
Toda essa racionalização leva a sociedade ao que Max Weber chama de desencantamento do mundo, que acontece quando as formas religiosas e místicas de pensar perdem espaço para a racionalidade e burocratização. O texto de Weber mostra a transição do pensamento antigo para o moderno diante das alterações históricas ocorridas no período, como Revolução Industrial, surgimento do capitalismo, entre outros. Assim, há um afastamento em relação às crenças mais antigas.

Questão 9
Penso que não há um sujeito soberano, fundador, uma forma universal de sujeito que poderíamos encontrar em todos os lugares. Penso, pelo contrário que o sujeito se constitui através das práticas de sujeição ou, de maneira mais autônoma, através de liberação, de liberdade, como na Antiguidade, a partir, obviamente, de um certo número de regras, de estilos, que podemos encontrar no meio cultural.
Foucault, M. Ditos e escritos V: ética, sexualidade, política, Rio de Janeiro: Forense Universidade, 2004.

O texto aponta que a subjetividade se efetiva numa dimensão:

Transcendental, efetivada em princípios religiosos.
Racional, baseada em pressupostos lógicos.
Legal, pautada em preceitos jurídicos.
Essencial, fundamentada em parâmetros substancialistas.
Contingencial, processada em interações socais.

Comentário enriquecedor da questão
Segundo o pensamento de Foucault, o corpo está inserido no social e, por isso, é marcado pelo social. Todas as relações sociais são relações de poder e, de acordo com cada momento sócio-histórico, as dinâmicas de sujeição ou liberação são subjetivadas pelos indivíduos.

Questão 10
Não acho que seja possível identificar a globalização apenas com a criação de uma economia global, embora este seja seu ponto focal e sua característica mais óbvia.
Precisamos olhar além da economia. Antes de tudo, a globalização depende da eliminação de obstáculos técnicos, não de obstáculos econômicos. Isso tornou possível organizar a produção e não apenas o comércio, em escala internacional.
HOBSBAWM, E. O novo século: entrevista a Antonio Polito. São Paulo: Cia. Das Letras, 2000 (adaptado).

Um fator essencial para a organização da produção, na conjuntura destacada no texto, é a:

Criação de uniões aduaneiras.
Supressão das barreiras para comercialização.
Organização de regras nas relações internacionais.
Melhorias na infraestrutura de transportes.
Difusão de padrões culturais.

Comentário enriquecedor da questão
Para além das consequências da globalização, é importante lembrar que ela só é possível pela intensidade da evolução nos transportes e tecnologia. O comando da questão pede um fator para a organização da produção.

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